Pelos poderes de grayskull


  Nesses 16 anos atuando na área de RH, pude observar o quanto as pessoas se preparam para uma entrevista. Acredito que devam estudar mesmo para que possam dar as melhores respostas e conquistar a vaga ofertada. Normalmente as respostas são muito equilibradas, éticas e fundamentadas. Cada candidato é mais perfeito que o outro. Mas o que não falta nesse mundo é cursinho sobre como se comportar em um processo seletivo, ou como montar um currículo ideal e até mesmo que expressões ou gestos fazer para não comprometer sua avaliação. Entendo tudo isso como uma pós- graduação em mostrar aquilo que não é. E isso vale para todo profissional, inclusive os da área de RH. E eu mesma não poderia estar de fora dessa estatística. E, é essa a história da vez.
   Há anos atrás, participei de um processo seletivo para vaga de gerente de Recursos Humanos de uma empresa conceituada. Estava muito interessada em poder exercer a função e desenvolver as ações em um segmento muito especifico. Passei pela primeira, segunda, terceira etapas. Estava chegando a reta final e cada vez mais ansiosa por alcançar essa oportunidade.

   Estava sendo avaliada por uma consultoria de outro estado, especializada em processos seletivos para esse segmento. Era minha grande chance. Como qualquer outro candidato, resolvi, por conta própria, criar uma personagem perfeita para assumir a vaga. Uma gestora de RH precisa ser calma, serena, ponderada. Como digo por aí, “fiz a fina”. Tinha quase certeza de que iria arrasar! Na última etapa, como critério de desempate, a empresa contratante pediu telefone de contato de algum responsável pela empresa onde havia trabalho anteriormente na mesma função. A proposta seria pedir referências sobre o trabalho feito. Como havia alcançado bons resultados estava tranquila. Contudo, a empresa onde havia trabalhado fechou e os antigos donos se mudaram sem deixar rastro! Como iria fazer? Iria perder a oportunidade que tanto queria porque não tinha um contato. Tentei de tudo, quando consegui apenas de um dos gerentes. E justo aquele com quem eu havia tido um leve ruído. Um ruído que me fez tampar uma cadeira nele para que pudéssemos, a partir daí, construir uma relação de respeito. Estranho não é? Mas foi a pura verdade. Quase morrendo, passei o contato. Em menos de 10 minutos, meu telefone tocou e era ele: o gerente do ruído. Ele ria muito e me disse: “Recebi ligação pedindo referências de seu trabalho. Até aí tudo bem”, disse ele, “Super aprovo”. Mas a real necessidade de informação que a empresa precisava eu nem imaginava. Ele me disse que gostaram do meu perfil, mas me acharam muito pacata. A empresa contratante precisa de alguém de impacto para função e sabe o que aconteceu? O gerente me indicou com louvores e disse: ela pode parecer pacata, mas é de verdade o gato guerreiro! Fui contratada e muito feliz nessa empresa. 
logoblog

2 comentários:

  1. Seus textos sempre trazem muito ensinamento!

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  2. Obrigada pelo carinho! Espero ver você por aqui mais vezes! Beijo!

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