Tive a grata oportunidade de participar do programa trainee
de um grande grupo mundial. A duração total do mesmo seria de 04 meses, onde eu
e mais 03 profissionais passaríamos por todas as etapas de treinamento do grupo,
conhecendo na teoria e na prática por todos os procedimentos. Um grande desafio
que abracei com muita determinação após ser aprovada em processo seletivo bem
específico.
Como de praxe em todos os processos seletivos, para a vaga
existiam alguns pré-requisitos técnicos e comportamentais que os candidatos
precisariam obrigatoriamente apresentar. Dentre esses pré-requisitos, os
candidatos à vaga precisariam ter um tempo máximo de conclusão em curso
superior, independente da área e do curso. Ao iniciar as atividades junto ao
grupo, os aprovados passavam por duas ações todos os dias, divididas em
períodos: uma parte do dia envolvidos em
estudo de material impresso,manuais e
apostilas e outra parte do tempo
praticando na área o que foi estudado. Um método muito positivo de assimilação
de conteúdo em pouco tempo. Em alguns momentos junto ao grupo de já
funcionários, sentia uma dose de hostilidade e resistência no olhar, falar e
repassar as informações de maneira clara e objetiva. Não eram todos, mas
alguns. E no meio desses, estava um em particular extremamente mal humorado e
mal educado em suas abordagens. A principio cheguei a pensar que pudesse ser
algo pontual, algum problema pessoal que estivesse sendo administrando de uma
maneira equivocada junto aos novos integrantes. Mas essa suspeita caiu por
terra no momento em que essa pessoa, se referindo a mim aos gritos, no meio da
empresa dizia: “não admito isso”! Vocês chegam aqui e são preparados para a
função de gerentes só por que têm um maldito curso superior! Eu, que dou tudo
de mim e que vim de baixo, não tenho oportunidade. Absurdo! E saiu muito
revoltado da minha presença.
Uma experiência inicialmente negativa, pois a impressão que
tive seria de estar me apropriando indevidamente de um lugar que não poderia
ser ocupado por mim. Mas segundos depois, retomei o pensamento e pude
transformar esse momento em conhecimento. Primeiro, aprendi que bradar de
maneira mal educada na frente de todos é extremamente desnecessário. Segundo,
que não é um curso superior que determina de onde você vem ou para onde você
vai. Não é uma graduação que te faz melhor. Claro que agrega muito, mas a
construção de nossa escada depende muito de nós mesmos. De nossa dedicação, de
nosso comportamento e ações. Depende do que somos e de nossa capacidade de
expressar tudo isso da melhor forma. Terceiro, passei a desejar e me empenhar
cada vez mais na construção de meus degraus, para que sejam sólidos e possam me
conduzir aonde desejo chegar.
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